E-Sports, Uma nova realidade.

Eaí galera, aqui quem vos fala é o kiM, e pretendo fazer os post's de Quinta-Feira no Taberna Nerd, sempre em torno de temas relacionados a jogos eletrônicos e atualidades.

Hoje vou escrever um pouco sobre jogos levados a sério, como profissão, ou como são chamados, os E-Sports, abreviação para Eletronic Sports ou Esportes Eletrônicos. É um tema atual
e que envolve jogos. Acredito ser o tema ideal para um bom início de conversa. Contudo, antes de ir direto ao tema, é importante dar uma pequena passada na história dos games.

Os jogos eletrônicos tiveram seu início através dos video-games, tendo como percursor o famoso Atari, lançado em meados da década de 70. Como se pode ver no vídeo abaixo, o jogo era
muito simples e precário, contudo, uma inovação sem precedentes. Porém, como toda tecnologia inovadora, o jogo não havia sido feito para a massa. Poucos eram aqueles que tinham condição de
ter uma televisão, o que dizer de comprar um aparelho como esse que, apesar da aceitação geral, não passava de um brinquedo supérfluo.

http://www.youtube.com/watch?v=ePPJaC0h1RQ

Comercial do Atari - 1978


Com a modernização e aperfeiçoamento gráficos os vídeo-games foram se tornando cada vez mais populares, tendo como grande marco o SNES. O Super Nintendo, como era conhecido,
foi lançado em 1991 nos EUA. Lá o Super Nintendo não foi um grande sucesso, princpipalmente por problemas de compatibilidade com consoles mais antigos, contudo,
para nós brasileiros, foi sem dúvida o grande marco de uma geração. (Quem tem aí seus 16~25 anos sabe do que eu tô dizendo). ;]



A grande questão até esse ponto é que a indústria dos games se resumia a consoles. Foi nesse momento que os jogos online, para computador, começaram a despontar, tendo como marco inicial, em 1996, o jogo Quake, primeiro game para computador focado para múltiplos players online ou in lan, além da inovação da perspectiva em primeira pessoa.
Um ano depois, em 1997, foi a vez do jogo Ultima Online, muito semelhante aos MMORPGS (Massive Multiplayer Online Role-Playing Game) atuais.

O sucesso atingido por esses dois jogos influenciou outras empresas a investirem nesse mercado, até então desconhecido, dos jogos online. Com isso, em 1998 foi criado o jogo Half-Life, título que deu origem ao jogo de maior sucesso no mundo, e jogado até os dias atuais, o Counter-Strike. A singularidade e autonomia oferecida pelo jogo o tornaram um ícone e uma fórmula
infalível para se fazer dinheiro.

Dinheiro, a palavra chave de qualquer negócio.

O sucesso alcançado com o Counter-Strike levou a formação de times ou, como são chamados, clãs. A subsequente organização de ligas e campeonatos fez com que aquilo que havia começado
como uma brincadeira de jovens introvertidos, rapidamente se tornasse em algo mais sério. As iniciativas amadoras deram lugar a eventos grandiosos, com prémios exorbitantes, salários pagos
aos jogadores para estimular treinos e vitórias. Elaboração cada vez maior de táticas e formas para se vencer de forma cada vez mais eficiente. Nasciam os e-sports.


O investimento de capital nesse tipo de negócio gerava um ciclo financeiro extremamente rentável, com a divulgação da empresas através de eventos e patrocínios, somada ao vicío da comunidade de jogadores além do atrativo de novos players. Contudo, os jogadores, tirando os de alto nível, não receberiam absolutamente nada. Ou seja, muito esforço para um retorno duvidoso.

Diferentemente de outras esportes, não existe capital suficiente para manter diversos times, nem um leque muito amplo de empresas que invistam nessa área, tirando as que lidam diretamente com esse público, seja com peças de computadores ou internet no geral. Para termos práticos, a Ferrotintas ou o Salão de Kátia jamais patrocinariam o Shining Eyes, porque não vão ter um retorno já que o público alvo que utilizaria o produto deles é completamente diferente do que é trabalhado nos jogos.

Ao longo do mundo, o profissionalismo já está em níveis tão elevados que os principais jogadores recebem verdadeiras boladas pra treinar. É o caso de times patrocinados como Fnatic, SK, MYM,
dmZ, Ravens e no Brasil, o MIBR. Temos como exemplo o jogador Sul-Coreano "Moon", de Warcraft III, que tem o segundo maior contrato da história dos e-sports, somando a incrível quantia de 473.000,00 dólares por um contrato de 3 anos. Ou seja, ele recebe quantias exorbitantes para exercer algo que muito provavelemte faria de graça, caso não existisse o patrocínio.

Essa paixão pelo jogo que mantém a indústria dos Eletronic Sports de pé. Se todos esperassem ganhar algo, seria uma grande furada. Exemplo dessa paixão é o Starcraft, jogo antigo, hoje com
edições mais avançadas como o Starcraft 2 e o seu sucessor que ainda está para lançar, o Starcraft 3. Um jogo aparentemente simples, baseado na habilidade e micragem de unidades dos
jogadores, mas que inspira tamanha competitividade e emoção, até mesmo pra quem não conhece muito o jogo, que movimenta verdadeiras massas humanas, só pra acompanhar um bom campeonato.

Evento de Starcraft, na Coréia.

Na mesma Coréia, assim como na China, Malásia e outros países do leste asiático, existe um frenesi massivo com os e-sports, tendo inclusive canais de televisão exclusivos para transmissão dos mais variados jogos além de milhares de jogadores patrocinados. Hoje essa realidade já é aplicável em diversos países. Os E-Sports estão entre as áreas mais promissoras para investimento na área de tecnologia geral. O nível de competitividade e profissionalismo encontrado nos gamers e patrocinadores em todo mundo atinge níveis nunca antes visto e tudo indica que ainda tem muito para melhorar. Um desses jogos promissores é o DotA, um custom map do Warcraft III que está fazendo um sucesso fenomenal em todo mundo e tem tudo para ser o grande destaque em diversos campeonatos nos próximos anos. Pretendo falar mais sobre o DotA em outras semanas, mas não cabe muito sobre ele no momento.

A nova geração de video-games como o Nintendo WII, Playstation III e Xbox 360, com novas tecnologias e perspectivas de jogo, trabalhando o Real Action entre o jogador e o console, tem
arrancado resultados memoráveis e estimulando ainda mais o mercado, que visa e contempla a constante evolução. Diferentemente de outros setores onde a evolução de seus produtos é limitada, a indústria dos games tem como máxima, atrair novas tecnologias, novas perspectivas, modificar a cada ano o padrão encontrado. Se em 1993, Mario era o ápice e em 1997 jogos de CD com elaborados gráficos em 3D eram o grande sucesso, hoje pode-se dizer que jogos como Guitar Hero e alguns dos principais nomes do WII ditam o mercado, por uma questão de interatividade; e a tendência é que os jogos eletrônicos continuem sendo focados em interatividade. Esses jogos não visam tanto a competitividade ao nível do E-Sport, mas sim, um momento agradável para família e amigos. São divisões distintas dentro da indústria dos jogos eletrônicos.


Em 2007 a indústria dos games chegou a movimentar quase 10 bilhões de dólares ao longo do ano. Em 2009 os valores ultrapassaram a das indústrias audiovisuais como a de produção de filmes e programas de TV. A estimativa para 2011 é de que a indústria dos jogos eletrônicos ultrapasse os 44 bilhões de dólares, praticamente dobrando sua renda em um intervalo de 5 anos. Esse tipo de estatísica só reafirma a condição dos E-Sports como um grande negócio.

Quem não está ligado diretamente aos Eletronic Sports, certamente tem algum amigo ou conhecido que vive essa realidade, que muito provavelmente também vá ser a realidade dos nossos filhos, ou quem sabe a sua, dentro de alguns anos. Um mercado e um estilo de vida paralelo ao senso comum, que gera lucro e prazer a todos aqueles aficcionados por Games. E como eu costumo dizer a outros jogadores e interessados em E-Sports amador, principalmente aqui no Brasil: Só é possível alcançar o profissionalismo se todos apoiarem.

Espero que eu tenha agradado aos simpatizantes dessa arte. ;]

Cya.



GOSTARIA DE DEDICAR ESSA POSTAGEM A GABRIEL ABAL, QUE POR MAIS QUE SE ESFORCE CONTINUA RUIM EM TUDO QUE JOGA. AEIHUEHAEUHEIAUAHAE :*